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Mito, Os medicamentos para perder peso não causam uma perda de peso suficiente para os tornar uma opção no tratamento

As perdas de peso a curto-prazo são bastante frequentes e podem atingir-se com vários tipos de intervenções. No entanto, o objectivo último do tratamento da obesidade é a perda de peso a longo-prazo.

Manter a perda de peso por mais de um ano é um objectivo difícil de conseguir, possivelmente porque acabam por se estabelecer mecanismos de adaptação fisiológicos e comportamentais. Existe alguma evidência que sugere que os processos fisiológicos que facilitam a recuperação do peso anterior são postos em marcha depois uma pequena perda de peso. Esses processos são a redução do metabolismo basal, o aumento do apetite e a preferência por alimentos ricos em calorias. Estes tipos de processos fisiológicos desencorajarão o equilíbrio energético após a perda de peso e aumentam a probabilidade de estabelecimento de um novo balanço energético positivo. Assim, fisiologicamente, o organismo parece «lutar contra» a redução do peso.

Para além disso, os resultados dos estudos sugerem que a continuação das intervenções comportamentais responsáveis pela perda de peso a curto-prazo podem ser difíceis para muitas pessoas no ambiente em que têm de viver. Por exemplo, uma pessoa pode perder peso ingerindo uma dieta de muito baixo valor calórico (por ex., 1.000 kcal) e fazendo 2 horas de exercício por dia. Esta dieta e este padrão de exercício físico é muito diferente dos níveis de padrão alimentar e de exercício antes da perda de peso. A maior parte das pessoas acha que manter este comportamento durante períodos prolongados é muito difícil e progressivamente retomam os níveis de exercício e de dieta que tinham anteriormente, e acabam por recuperar o peso anterior. Um dos principais factores que contribui para isto é o meio ambiente, no qual as pessoas estão continuamente expostas a comer mais e a movimentar-se menos como resposta às ofertas de alimentos em doses grandes de alimentos baratos e também aos avanços tecnológicos que levam as pessoas a fazer menos exercício e a terem estilos de vida mais sedentários.

Os medicamentos para perder peso são uma ferramenta que pode ajudar a combater estas pressões fisiológicas e comportamentais ao longo do tempo. O uso de orlistat e de sibutramina, os dois fármacos aprovados pela FDA para utilização a longo-prazo, podem tornar mais fácil aos doentes aderir às necessárias mudanças de estilos de vida durante períodos mais prolongados. Por exemplo, a sibutramina reduz o apetite, o que permite ingerir menos calorias com o passar do tempo. O orlistat fixa um terço da gordura constante da alimentação, fazendo desse modo com que os doentes tomem consciência da quantidade de gordura que ingerem. Estes medicamentos podem ajudar alguns doentes a ter mais sucesso na perda de peso e a manterem essas reduções.

A maioria dos médicos fixa-se erradamente apenas na média dos quilos que os doentes perdem com a medicação no curto-prazo. No entanto, o resultado importante é determinar a percentagem de doentes que mantêm a perda de 5% a 10% a longo prazo. Aos 2 anos no Sibutramine Trial of Obesity Reduction and Maintenance, 69% dos doentes que faziam tratamento com sibutramina continuavam a manter uma redução significativa do peso igual ou superior a 5% e 46% mantinham uma redução de peso superior a 10%, em comparação com 44% e 21%, respectivamente, dos doentes do grupo que tomavam placebo. O papel dos medicamentos para perder peso é maximizar o número de doentes que conseguem manter uma perda significativa de peso a longo-prazo. Estes resultados permitem aos médicos calcular quantos dos seus doentes poderão conseguir reduzir significativamente o peso a longo prazo usando um medicamento como medida complementar das alterações dos hábitos de vida.